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Como o exercício físico aumenta a biogênese mitocondrial

Atualizado: 13 de abr. de 2023

Prof. Filipe Nogueira Franco - Bioquímico e Pesquisador da UFMG


As mitocôndrias são consideradas a “fábrica de energia” das células devido à sua capacidade de regular o metabolismo energético.


Sabe-se que a disfunção mitocondrial é um contribuinte crucial para diversas doenças cardíacas. Alterações no metabolismo energético afetam processos homeostáticos cruciais, como a produção de ATP, a geração de espécies reativas de oxigênio (ROS) e a liberação de fatores pró-apoptóticos (que culminam na morte celular programa), associada a anormalidades metabólicas.


Em resposta à deficiência energética, o cardiomiócitos (células do coração) ativam um processo chamado de Controle de Qualidade Mitocondrial (QCM), um processo crítico na manutenção da saúde mitocondrial.


Estudos recentes têm mostrado que esse processo está comprometido nas doenças cardiovasculares, dependendo da gravidade da doença. Com isso, alguns artigos têm levantado que aumentar a quantidade e qualidade das mitocôndrias possa ser um potencial alvo terapêutico.


Várias moléculas alvo dentro deste processo foram identificadas nos últimos anos, e estratégias terapêuticas têm sido propostas para melhorar o monitoramento e a função das mitocôndrias.


Apesar disso, o exercício físico ainda é considerado uma das melhores estratégias - não farmacológicas - para proteger a saúde mitocondrial.


O exercício físico tem mostrado regular o processo de Controle de Qualidade Mitocondrial, permitindo a reparação ou a eliminação de mitocôndrias danificadas, ao mesmo tempo em que promove a biogênese de novas mitocôndrias, recuperando assim o estado metabólico.


A figura abaixo mostra como o exercício físico é capaz de estimular a biogênese mitocondrial, sobretudo a partir da ativação de vias bioquímicas como AMPK, MAPK, e PGC-1a. Essas vias envolvem proteínas quinases que culminam na ativação de fatores de transcrição e respostas celulares, como é o caso do aumento na síntese de mitocôndrias.



Mas não é só o aumento no número de mitocôndrias! As práticas de exercícios têm mostrado reduzir o estresse oxidativo (por diminuição de espécies reativas em oxigênio - ROS), diminuir a inflamação (por diminuir vias chaves como a do NF-kB) e melhorar a função cardíaca.



Portanto, as mitocôndrias desempenham um papel crítico para a saúde humana, e sua integridade funcional é essencial para manter o coração funcionando bem.


As alterações mitocôndrias afetam fortemente o metabolismo como um todo, sendo fatores para o surgimento de doenças cardiovasculares. Até hoje, várias moléculas de controle de qualidade das mitocôndrias têm sido identificadas para serem direcionadas em melhorar a função mitocondrial, mesmo que uma droga que vise explicitamente a mitocôndria ainda não tenha sido criada.


Neste contexto, o exercício físico representa uma ferramenta não farmacológica que pode melhorar a saúde humana e a qualidade de vida de pacientes saudáveis e doentes, afetando vários fenótipos cardíacos e induzindo respostas adaptativas a quaisquer alterações metabólicas.



Leia o artigo completo aqui.


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